As pessoas estão cansadas, irritadas, desgostosas e pessimistas em relação ao futuro. Os céticos estão vencendo? Quase metade da população é cética e céticos não fazem melhorias. Em tal clima, como fazer mudanças? Como mobilizar uma comunidade escolar, por exemplo, aparentemente relutante na direção de um futuro desconhecido e incerto? Quem o desejaria? Talvez a diretora da escola. Esses desafios podem desencorajar qualquer pessoa, mas não a diretora de uma escola. Uma diretora é uma gestora e uma gestora precisa ter liderança. Não estamos falando de uma simples liderança, mas de uma liderança corajosa. Porque é preciso coragem para mudar essa realidade e ajudar na construção de um mundo novo.
Líderes conduzem mudanças. Eles são capazes de mobilizar, envolver, sonhar e realizar. Líderes possuem causas claras e por isso conseguem seguidores. Líderes formam equipes de alta performance e conseguem resultados extraordinários. A educação brasileira está carente de líderes. A educação de qualidade não será alcançada somente com estrutura física, recursos didáticos de última geração, professores qualificados e etc. Por uma razão muito simples: quem conduz mudanças são os líderes e não os recursos tecnológicos, financeiros e materiais. Ações desconexas, pessoas sem uma razão para ‘lutar’, descomprometidas, desmotivadas não serão capazes de promover as mudanças que se fazem necessárias. Antes de tudo é preciso ter UMA CAUSA, formar equipes, definir estratégias, manter o foco. Quem faz isso é a liderança. O que quero dizer é que apenas as ações que estão sendo promovidas pela educação no Brasil não causarão o impacto almejado.
Todas as pesquisas realizadas sobre o sistema de ensino de outros países e do Brasil apontam para a necessidade de capacitação dos diretores de escolas. Aperfeiçoar o ensino significa antes de tudo aperfeiçoar a gestão escolar. É preciso construir um pensamento estratégico, desenvolver habilidades e competências, formular e executar as estratégias vencedoras. E esse é o papel do diretor, prefiro dizer do líder. Somente a liderança corajosa realizará as grandes mudanças capazes de promover a educação brasileira de qualidade que tanto sonhamos.
É possível ser líder. A liderança pode ser aprendida. Liderança não é um lugar, é um processo. Portanto o diretor ou a diretora pode ser líder, quer seja uma psicóloga, uma pedagoga, uma administradora ou possuir outra formação qualquer. O mais importante é entender que líderes não trabalham apenas com metas, mas com causas. Se você tem uma causa poderá ser um líder.
As pessoas precisam de causas para justificar a sua existência. Em um mundo carente de valores, cheio de céticos, causas são artigo de luxo. Com líderes corajosos na educação e mais uma série de investimentos e ações estratégicas o Brasil será capaz de construir o futuro.
Autor: Elina Borges
Mestre em Engenharia da Produção com ênfase em Planejamento e Estratégia Empresarial, Especialista em Gestão Estratégica de Marketing e Administradora. Consultora de negócios, conferencista e escritora. É Professora universitária há 25 anos (PUC – Goiás, UEG, FATESG-SENAI, Uni-ANHANGUERA, Uni-EVANGÉLICA, FASEM – Faculdade Serra da Mesa) é palestrante, consultora e educadora empresarial pela Araticum Negócios e Sustentabilidade.