O que as empresas esperam do estagiário brasileiro?

Foi-se o tempo em que o trabalho do estagiário orbitava a máquina de café ou de xerox da empresa. “O estereótipo do jovem com funções estritamente operacionais está muito desatualizado”, diz Yolanda Brandão, coordenadora de treinamento do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios).

“É claro que ele não vai cuidar das grandes decisões da empresa, mas também não pode ficar só com atividades muito simples, ou acaba abandonando o empregador”, explica.

Dedicado a tarefas mais complexas do que no passado, o jovem também acaba sendo mais exigido.

É o que sinaliza uma pesquisa do Nube, que analisou os pré-requisitos de 913 oportunidades de estágio cadastradas na plataforma do núcleo.

De acordo com o levantamento, domínio do português, postura e comprometimento são esperados por 100% dos recrutadores.

No entanto, as dificuldades com a língua nativa ainda são comuns entre os universitários, segundo Yolanda. Em outra pesquisa do Nube, mais de 40% dos candidatos a estágio foram reprovados num ditado com 30 palavras do dia a dia, como “escassez”, “artificial” e “censura”.

Para Yolanda, é preciso cuidar do português antes de se preocupar com outras línguas. O que não significa que elas também não sejam importantes: o inglês é exigido por 57,2% das empresas, ficando atrás apenas da informática, que chega a 67%.

Já o domínio do espanhol é requisitado apenas por 6,7% dos empregadores. “O inglês continua sendo a língua estrangeira realmente esperada de um estagiário”, comenta a coordenadora do Nube.

A pesquisa também mostrou que, além de competências linguísticas, também é preciso demonstrar capacidade de relacionamento. As competências mais bem avaliadas nesse sentido são trabalho em equipe (67,9%), iniciativa (63,7%) e comunicação (54,5%).

Fonte: EXAME.com